sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Origem Do Motor CHT


O motor Ford CHT é de origem francesa, sendo derivado diretamente do motor Ventoux, que equipava os veículos nacionais da marca Willys Overland em seus modelos Dauphine/Gordini/Interlagos. Inicialmente seu minúsculo bloco possuia apenas 845 cm3 com uma potência de 32 cv e equipava o Dauphine. Ele era de uma concepção tradicional do tipo OHV (Over Head Valves), com comando de válvulas no bloco, acionado por corrente de distribuição, sendo que as válvulas são acionadas através de varetas e balancins. Possui uma construção simples e robusta, com camisas dos pistões removíveis, o que permitia que tivesse um bloco de vida útil ilimitada.

Também era produzido em versões de maior potência, como as que equipavam o Gordini 1093 que tinha o motor com os mesmos 845 cm3, mas com 42 cv. No Interlagos, havia 3 opções: 845 cm3 e 42 cv, 904 cm3 e 56 cv e 998 cm3 e 70 cv (esta de maior potência exigia o uso de gasolina de maior octanagem, a chamada azul na época)..

Em 1969 a Ford incorpora a Willys e encontra seu novo projeto de carro pequeno adiantado, e mais tarde o batiza de Corcel, até hoje um dos maiores sucessos da marca. No lançamento do Corcel, a Ford alterou a cilindrada do motor para 1289 cm3, passando a ser então um motor 1.3. O virabrequim foi revisto e passou a ter 5 mancais, dando uma suavidade maior de funcionamento. Com as modificações, a potência do motor sobe para cerca de 68 cv. (SAE)
Em sua versão esportiva, chamada de GT, o motor ganha 10 cv com a introdução de válvulas maiores, carburador de corpo duplo e coletores de admissão e escape especiais.

Em 1972, o diâmetro dos cilindros foi aumentado, elevando a cilindrada para 1372 cm3 (1.4), aumentando a potência em cerca de 5 cv. O curso dos pistões não foi alterado. Esse motor era conhecido pela sigla XP (Extra Performance, em inglês).

Em 1979 já como Corcel II o motor tem seu volume aumentado para 1.6. Novo bloco, novo cabeçote, novo sistema de acionamento das válvulas de escape, novas bronzinas, novo coletor de escape e novo carburador, passando a ser de corpo duplo de série.

Em 1983, com o lançamento do Escort surge o CHT (Compound High Turbulence – Combustão em Alta Turbulência). Novos pistões, novo bloco, novo cabeçote, novo comando de válvulas, novas câmaras de combustão, novos coletores de admissão e de escape. Todas as modificações aprimoraram a queima do combustível e deixaram a curva de torque mais plana, resultando em maior economia de combustível e melhor dirigibilidade. Completando as modificações, o motor ganha um novo carburador. A potência fica nos 73 cv com torque de 11,6 mkgf a 3600 rpm (ABNT).

No Escort XR-3 o CHT foi modificado com válvulas de diâmetro maiores, novo comando de válvulas e novos coletores de admissão e escape. O motor recebe o nome de HP (High Performance), e é produzida apenas a álcool, sua potência passa a 82,9 cv e 12,8 mkgf de torque a 4000 rpm (ABNT).
Houve uma versão1.3 desenvolvendo 62,5 cv a álcool e 55,7 cv à gasolina existiu por pouco tempo e equipou uma das versões do Escort.

Em 1985, o CHT ganha novo comando de válvulas, o que modifica o torque máximo para 12,2 mkgf a 2400 rpm. A potência sobe para 74 cv (ABNT).

Em 1986, a curva de torque novamente é modificada. A potência cai para 72,83 cv. Em compensação, o torque máximo aumenta para 13,0 mkgf, mantendo os mesmos 2400 rpm. Isso resultou numa dirigibilidade mais agradável em baixas rotações. O Escort XR-3 ganha novos pistões, mais leves, com 224 gramas e forjados. Os antigos pesavam 287 gramas e eram fundidos.

Para a linha Escort 87, o CHT recebe modificações importantes e é chamado de E-MAX. Novos pistões, 20 % mais leves, novos anéis, novo virabrequim e novo volante do motor resultaram em 11 kg de redução de peso nas peças móveis do motor. A potência sobe de 72,83 cv para 75,1 cv e o torque sobe de 13 mkgf para 13,2 mkgf, nos mesmos 2400 rpm.
Para a versão XR-3, a potência sobe para 86,1 cv e o torque fica nos 12,9 mkgf a 4000 rpm. O motor passa a ser denominado de CHT Fórmula e é exclusivamente a álcool.

Em 1989 novos pistões (reforçados), tuchos, mecanismo das válvulas de admissão, corrente acionadora do comando, esticador da corrente, virabrequim (8 contrapesos em vez dos 4 anteriores), bloco (mais resistente) e assentamentos das válvulas no cabeçote. As modificações fizeram com que o funcionamento durante os médios regimes de rotação ficase mais silencioso e estável, daí algns dizerem que este foi o melhor ano dos CHT.
O motor foi rebatizado pela VW de AE-1600 (Alta Economia) e colocado no Gol/Voyage/Parati/Saveiro no lugar do AP-1600. A Ford manteve a sigla CHT.
A Autolatina lança o AE-1000, usado no Gol 1000 e Escort Hobby 1.0. Aproveitando as camisas do motor CHT 1.3 do antigo Escort, diminuindo o curso do virabrequim, o diâmetro dos pistões e aumentando o tamanho das bielas, chegou-se à cilindrada de 997 cm3, 50 cv de potência e torque de 7,3 mkgf. Era exclusivamente à gasolina.

O motor AE teve uma sobrevida no lançamento do Gol AB9, onde recebeu injeção eletrônica singlepoint digital Ford EEC-IV, perdurando até 1997, quando saiu definitivamente de cena.

Fonte - Arquivo interno da Proema Automotiva S/A - Unidade Betim MG
Por:Rodrigo C. Moraes do Parati Clube.com

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